quinta-feira, 15 de novembro de 2007


Sem rima

Até queria ficar rimando
de um jeito mais glamouroso
mas pra quem escreve
sem muita elegância
pode terminar com ão ou inho
que não tem importância!

(escrito em 30 segundos e postado sem critérios)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007


Anti-monotonia

Para evitar a apatia
utilizar doses de exagero,
descontrole e desmedida
no mínimo uma vez por dia.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007


Um dia ela me disse que se sentia só
como se o mundo nunca a tocasse de verdade


tudo é tão distante
todas essas despedidas, tudo que não fica
daqui a pouco nem nos veremos mais e tal...

e nunca mais consegui me livrar disso!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Dia Comum



sete da manhã acordo
antes de levantar faço minhas reflexões matinais

assim como quem reza antes de dormir...
chego a conclusão de que o mundo é um lugar tosco
e que isso rende bons filmes
e que se refletir demais chego atrasado!

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Coisa pouca...

Tudo parece pesar um pouco mais quando se está vazio - ah essa lógica infame! Deixarei de lado qualquer suposta sofisticação, pois um sábio me ensinou q "só o pieguismo pode demostrar o que nos afeta de forma explícita".
Tô de saco cheio dessa vida de luta por causas maiores, de conceitos sofisticados, filosóficos ou não. Hoje uma cerveja com as pessoas certas seria bem mais importante do que o imperativo categórigo ou a vontade de potência ou qualquer bobagem filosófica... Venderia meus livros por uma boa cachaça em um lual, uma noite legal com uma guria legal, essas coisas tipicamente rejeitadas por pessoas que acham que estão num degrau acima de todos os outros seres humanos "normais".
Hoje não quero ouvir Chico Buarque ou Tom Zé - mesmo sendo fantástico, queria algo próximo do brega comum, o pop clichê - perdão pela redundância, o que não me faça pensar muito, algo como "preciso dizer que te amo te ganhar ou te perder". Quero o que é baixo, pouca coisa, hoje me falta vontade de grandeza ou qualquer coisa que venha a exigir de mim qualquer pingo de seriedade! Fodam-se todos os que pensam criticamente, até os que supostamente escrevem textos simples na madrugada em momentos de "semi-depressão-quase-pós-moderninha". Hoje acho que sou uma pessoa normal!

sexta-feira, 8 de junho de 2007


O que chamam de amor

Confundo com dor

Paixão!

Aproveito a rima e jogo no chão


Dia de festa me aborreço

Cutuco as feridas

Pra ver se não esqueço


A alegria guardei num pote

Meu ódio sempre trago comigo

Nem que seja por esporte


Doces palavras

Só servem pra alimentar a ilusão


Doentio é o meu jeito

Realismo demais tem seu preço


sexta-feira, 20 de abril de 2007

Porre Pós-moderno


Num balcão de plástico translúcido

Dois drinks radioativos

Alguns coquetéis Molotovs

Uma carreirinha de cianureto

Anfetaminas devidamente injetadas


Pra curar a ressaca da manhã seguinte

A velha e boa naftalina


Um verdadeiro porre pós-moderno!




quinta-feira, 5 de abril de 2007

O Guia


Veja os restos no chão,

Fragmentos do que não seríamos.

Não se esqueça do fósforo!

Lembre-se de tapar o nariz

Tem um cheiro esquisito.

Cuidado para não tropeçar,

Um olhar mais minucioso talvez seja necessário.


Parece algo saboroso fora da validade.

Faz calor aqui dentro,

É desconfortável! Irritante talvez.


Pote de ouro? Não, não aqui!


Uma construção sólida sobre um chão de lama

Estranhamente familiar e desagradável.

Paraíso perdido, esquecido... riscado!


Não, não aqui!





sexta-feira, 9 de março de 2007

O QUE NÃO É FILOSOFIA

O que não é Filosofia

Já ouvimos muitas definições sobre o termo filosofia, algumas coerentes, outras pouco criteriosas (que fique bem claro que se trata de um eufemismo). O mais tocante é que nenhuma delas parece cumprir com a tarefa a qual se propõe. O que também é bastante comum na filosofia. Quantas tolices tivemos que aturar durante todo esse tempo, em mesas de bares com as clássicas “discussões filosóficas” que sempre terminam em consenso e muitas cervejas; em conversas com sábios anciões que ao descobrirem que o sujeito com quem estão discutindo faz Filosofia soltam pérolas como “É, rapaz, também tenho minhas filosofias!” que normalmente acabam alcançando um nível tão alto, só comparadas com as pregações religiosas dos grandes pastores intelectuais. É por isso e muito mais que não vamos tentar esgotar aqui os enganos sobre o que seja Filosofia, e nem conseguiria, com tamanho esforço realizado pelos criadores de grandes e limitadas definições. Essa missão se tornaria cada vez mais árdua, só sendo possível ser concluída por seres especiais, que infelizmente não conhecemos e que até agora não entraram em contato com a nossa produção. Para dar sustentação teórica – o que nos fortalece perante as (do)entidades intelectuais - utilizaremos um trecho do livro “O que é a Filosofia?” de Gilles Deleuze e Felix Guatarri, falando sobre O QUE NÃO É FILOSOFIA: “ela não é contemplação, nem reflexão, nem comunicação, mesmo se ela pôde acreditar ser ora uma, ora outra coisa, em razão da capacidade que toda disciplina tem de engendrar suas próprias ilusões, e de se esconder atrás de uma névoa que ela emite especialmente. Ela não é contemplação, pois as contemplações são as coisas elas mesmas enquanto vistas na criação de seus próprios conceitos. Ela não é reflexão, porque ninguém precisa de filosofia para refletir sobre o que quer que seja: acredita-se dar muito à filosofia fazendo dela a arte da reflexão, mas retira-se tudo dela, pois os matemáticos como tais não esperam jamais os filósofos para refletir sobre a matemática, nem os artistas sobre a pintura ou a música; dizer que eles se tornam então filósofos é uma brincadeira de mau gosto, já que sua reflexão pertence a sua criação respectiva. E a filosofia não encontra nenhum refúgio último na comunicação, que não trabalha em potência a não ser de opiniões, para criar o “consenso” e não o conceito.”

Texto publicado no Comendo o Verbo do grupo Porenai Ecakã